sábado, 9 de janeiro de 2010

Uma breve História do João do Apocalipse !

João ainda bem jovem foi pescado pelas redes do amor que ele percebera em Jesus, e, em companhia de seu irmão, Tiago, pediram a benção do pai, Zebedeu, e, juntos, partiram seguindo a Jesus para sempre.

Na companhia de muitos, entre os mais importantes na História estavam Pedro, Tomé, Maria, mãe de Jesus, Maria Madalena, Marta, Lázaro, Maria, e todos os demais apóstolos e discípulos freqüentes, caminharam um pouco mais de três anos com Jesus.

Foram apresentados a Deus, aos homens e a si mesmos mais do que jamais quaisquer outros seres humanos haviam experimentado.

Viram os demônios fugirem da mera presença da verdade em amor. Assistiram o indiscriminável amor de Deus abraçar a todos os homens. Perceberam aturdidos que o poder era dos que amavam sempre, e não dos que se impunham pelo medo. Participaram da experiência de, com a Palavra, curarem e libertarem seres humanos de todos os males. Entenderam que sem fé é impossível agradar a Deus. Discerniram que o único lugar de vida com Deus com poder de validar a tudo o mais na existência é o ambiente do coração. Chocados viram água tornar-se vinho, poucos pães e peixes irromperem em matéria nova alimentando milhares. Presenciaram a suavidade do mover da fé sobre as águas agitadas e viram ventos indomesticáveis tornarem-se dóceis ante palavra de comando divino que procedia da boca do Filho do Homem.

Foram espremidos no Caminho Estreito. Aprenderam que quem se exalta é humilhado e que aquele que se humilha é exaltado. Perceberam, em Jesus, o desprezo de Deus pelo que os homens consideram elevado. Foram forçados a praticar o ensino de Jesus que diz que o tesouro de um homem só lhe cabe no coração.

Na jornada existencial dos três anos iniciais de Caminho Estreito, aprenderam sobre suas próprias fragilidades, sobre seus caprichos, sobre seus desejos de supremacia e importância, sobre suas ânsias de privilégios, sobre seus ciúmes, sobre suas justiças próprias, sobre seus medos, sobre suas frágeis certezas, sobre sua covardia, sobre sua capacidade de trair, de negar, de fugir, de correr nu...

Aprenderam que mulheres que choram chegam mais perto e permanecem vigilantes nos lugares proibidos, enquanto a valentia dos homens se esconde.

Na moenda da Vereda Indesejada eles aprenderam a lidar com o desprezo, com a afronta, com a raiva, com o desejo de vingança, de revide, de ódio, de amargura, de rejeição, e, sobretudo, com a infâmia, a calunia, a mentira, o engano que se delibera a fim de matar alguém com aquilo que a pessoa não é.

Sobretudo, na Via Apertada, eles aprenderam a passar pela morte, e a ver que ela havia sido morta para todo aquele que cresse na Ressurreição.

Por fim, vendo a vitória da Vida sobre a morte pelo poder do Amor que se dá pela vitória da Vida, eles se tornaram gente da Esperança, Superior.

De fato eles passaram a crer que o mundo dos Romanos e de quaisquer outros tiranos ou poderes, acabaria para sempre; pois, haveria uma nova humanidade, na qual prevaleceria a Lei do Amor como natureza em cada um.

Assim, João e seus companheiros, lançaram-se à continuidade do Caminho Estreito, o qual era estreito também nas tensões que propunha, como, por exemplo, pregar Boa Nova ao mesmo tempo em que ela, a Boa Nova, anunciava o fim desta Era de Morte, tão amada pelos homens.

Assim, após os fatos por eles testemunhados acerca da vida, morte e ressurreição de Jesus, eles, e um grupo bem maior de pessoas, podendo ter chegado a mais ou menos quinhentas pessoas, viram Jesus subir aos céus, afirmando-lhes que voltaria outra vez.

Ora, eles imediatamente passaram a se reunir em um cenáculo de Jerusalém, orando e esperando a promessa do derramamento do Espírito Santo sobre eles, o que veio a acontecer dez dias depois de terem visto Jesus subir aos céus, mais precisamente no Dia de Pentecoste.

Daquele tempo em diante João estava cada vez mais na companhia de seu irmão, Tiago, e de Pedro, que era como um irmão mais velho para todos eles.

Juntos, e agora sem a presença física de Jesus, eles enfrentaram sem medo as autoridades judaicas, as mesmas das quais meses antes eles haviam fugido em assombro e ânimos de traição em defesa da própria pele.

Algo mais poderoso do que a presença física de Jesus havia penetrado o ser deles. Agora eles não temiam mais a morte e nem os homens. O poder da Glória da Ressurreição havia espanado para sempre as sombras da morte em seus corações.

Depois de várias prisões e de contínua perseverança, não importando-se com ameaças ou com açoites, eles foram se espalhando a fim de pregar em outras terras. Praticamente todos os Apóstolos seguiram por seu turno para uma geografia possível, e lá anunciaram a Palavra de Jesus.

João, no entanto, tinha consigo uma missão dupla: pregar a Palavra e cuidar de Maria, a mãe de Jesus. Afinal, morrendo na cruz, Jesus pedira a João que cuidasse de Maria, e disse a Maria que João agora era seu filho. Por isto, embora João tivesse mãe e Maria possuísse muitos filhos e filhas, ambos se levaram pela Vereda Estreita.

No inicio João ia e vinha, pois, nos primeiros anos, sua residência variava entre a Galileia e Jerusalém. Mas, depois, com o crescimento da Palavra, e ante o divisamento das necessidades do mundo, especialmente inventariadas por Paulo, agora já convertido, e, além disso, tornando-se o mais expressivo porta-voz da Palavra fora das terras bíblicas, vários entre os discípulos puseram-se a pregar em outras localidades do império Romano.

Assim, no curso de anos, João vai mudando sua residência, sempre com Maria, até vir a estabelecer-se na cidade de Éfeso, grande e importante cidade da Ásia Menor, e uma das mais importantes do Império Romano.

Paulo havia iniciado o processo de semeadura do Evangelho em toda Ásia Menor, e também em Éfeso. João, portanto, vai residir num ambiente cristão fortemente impregnado do ensino do Evangelho conforme a dilatada consciência e compreensão de Paulo.

Foi durante aquele período, aí depois dos anos 50 ou 60 depois de Cristo, que João, provavelmente residindo em Éfeso, escreveu as três epístolas conhecidas como “Universais”. Foi também em Éfeso que a sabedoria do Evangelho se destilou em João, ao ponto de levá-lo não apenas a escrever o Evangelho Mensagem de Jesus, como também a afirmar na mais profunda e perfeita simplificação que Deus é amor.

O grupo de discípulos de Jesus em Éfeso era formado de gente experiente nas tribulações e nas dificuldades, desde dos dias de Paulo. Cresceram alicerçados no ensino límpido que procedia de Paulo. E, depois que Paulo já não mais podia visitá-los ou enviar pessoas que lhes ajudassem na manutenção da consciência da fé, foi de João que aquele grupo recebeu o pastoreio.

Com o advento de Nero e com a morte de Paulo e de Pedro, como também de milhares de discípulos de Jesus em Roma e em outros lugares do império, a mensagem de Jesus foi ganhando, aos ouvidos das autoridades romanas, contornos de natureza política; e isto apenas porque os cristãos diziam que Jesus era o Senhor, termo usado no império apenas para César, o Imperador. Além disso, como os discípulos de Jesus também pareciam não temer a morte, tal ato era cada vez mais interpretado como provocação e insubmissão incurável, fazendo com que eles fossem vistos no Império como Homens Bombas de Amor.

Ao aproximar-se o final do 1º Século João era o único Apostolo de Jesus ainda vivo. E ele estava vivo em um tempo de caos no Império e grande confusão entre os discípulos.

Foi nesse contexto que ele, exilado, veio a receber a revelação do Apocalipse.

Aliás, corria entre os discípulos a lenda de que João não morreria, que ele ficaria até que Jesus voltasse; e, em um certo sentido, foi isso que aconteceu, pois, mais do que ninguém na Terra, João entrou no ambiente da Consumação de todas as coisas.

Escrevi muito, estou meio cansado, e, por isso, hoje vou ficando por aqui.

Um abraço!

Nele, que é nosso Apocalipse, nossa Revelação, nosso Tirador de véus,

Caio Fábio

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Artigo Extraído na íntegra do site : www.caiofabio.com
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Pr Eduardo Silva

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